Carlos Magalhães

Não há dúvida que Jesus marcou a História da humanidade. Há o antes de Cristo e o depois de Cristo. Na minha vida também é assim. 

Antes de Cristo a minha vida resumiu-se a uma infância muito revoltada devido à separação dos meus pais, o que fez com que, aos 5 anos, tivesse de ir viver com os meus padrinhos. Apesar de sempre cuidarem bem de mim e não me faltar nada, nunca me encaixei na maneira de viver deles. 

Envolvi-me cedo nas drogas e perdi 20 anos da minha vida. Iniciei os consumos por volta dos 14 anos, idade com que comecei a trabalhar e a dar largas à minha vontade. O orgulho dominava e a droga também. Aparentava bastante auto-domínio mas, dentro de mim, só existia insegurança. Lembro-me que durante muitos anos mantive várias máscaras: com a família era uma pessoa, com a namorada outra pessoa, com os amigos que não se drogavam era outra, com os que se drogavam outra e com os colegas de trabalho ainda outra. E quando todos se encontravam, o conflito era tal que eu só queria fugir. Apesar de ter conseguido manter a aparência de bem-comportado perante a família até aos 27 anos, fiz de tudo por causa da droga. Só não matei, fisicamente falando, porque emocionalmente talvez até o tenha feito. Mas acabei por chegar ao fundo e foi completamente destruído e sem muitas condições para viver, que um dia conheci o Desafio Jovem e entrei para o programa.

Depois de Cristo, tudo foi diferente. O programa é duro porque provoca mudança e mudar dói, mas foi lá que conheci Jesus e amigos verdadeiros que Ele colocou no meu caminho. Recebi Jesus como Salvador e Senhor e Ele mudou a minha maneira de pensar, deu-me outra forma de ver a vida, passei a gostar de mim, ganhei confiança e comecei a ver que era possível viver de outra forma. Passei a sentir-me aceite, amado e decidi nunca abandonar Jesus.

Acabei o programa e comecei a trabalhar. Fui viver para a casa de saída e a vida começou a rolar. Envolvi-me na minha Igreja local, no Café-Convívio, contando com muita ajuda dos meus irmãos em Cristo, a nova família que Deus me deu. Passado mais algum tempo fui viver sozinho e 4 meses depois casei. Foi uma fase de conquista e vitória apesar de eu continuar a não ser perfeito. Mas as lutas também fazem parte da vida e, numa delas, quase perdi o foco em Jesus. 

Foi uma fase muito difícil em que perdi três entes queridos: a minha madrinha, o meu pai, e por último a minha esposa, vítima de doença prolongada. Foi muito duro. E o eu que existia antes de Cristo tentou regressar e quase me perdi. Mas, mais uma vez, já cansado de lutar sozinho, voltei a aceitar o convite de Jesus: “vem a Mim Magalhães, que estás cansado e oprimido e Eu vou aliviar-te.” Mateus 11:28-30. Aceitei o desafio e voltei a sentir o amor do Pai. Nessa altura, a parábola do filho pródigo fez sentido na minha vida.

Passados 2 anos, voltei a casar, hoje tenho uma esposa linda chamada Lídia, e estamos ambos a cooperar a tempo inteiro no Desafio Jovem, na Comunidade de Cucujães.

Se deixarmos Jesus reinar nas nossas vidas poderemos vencer. Apesar das lutas e dificuldades, Ele sempre nos abençoa em tudo.

Porque o “Pai nos amou tanto que deu o Seu Filho para que todo aquele que Nele crê não morra, mas tenha vida eterna” João 3:16