Ana Guerreiro

Chamo-me Ana Guerreiro, tenho 36 anos, sou casada, tenho três filhos e sou do Algarve.

Fui toxicodependente, venho de uma família problemática e disfuncional em que o meu pai para além de alcoólico era também agressivo. Batia muito na minha mãe e em mim, eu era a mais velha dos três filhos. Isso fez de mim alguém muito revoltado e nunca nada estava bem, para mim.
Meus pais divorciaram-se quando tinha 6 anos e passámos a viver os três só com a minha mãe, foi muito difícil para ela.
Um dia alguém bateu à porta. Era uma vizinha que pediu à minha mãe para me levar a igreja evangélica e ela deixou e desde aí levei minha adolescência ora na igreja, ora nos cigarros e nas saídas a noite. Comecei a fumar com 12 anos e rapidamente vieram os charros (haxixe), comecei a vender na escola.

 

De vez em quando ia à igreja, era uma adolescente perturbada, sem pai, a minha mãe trabalhava muito, eu queria fazer o certo mas não conseguia, também não tinha muita força e assim fui me afundando nos ácidos, anfetaminas, pastilhas, depois cocaína e por fim heroína.
Tenho um episódio em que queria tanto morrer e pus uma dose a mais para ter uma overdose, fui dormir e pensei: – nunca mais vou acordar, mas no outro dia estava bem viva, nada tinha acontecido, lembro-me de ter pensado: – nem a morte me quer!
Por fim, a minha mãe pediu ajuda na igreja e alguém bateu à porta. A minha mãe abriu e a pessoa disse que era da igreja evangélica e tinha um chamado para ajudar toxicodependentes, a minha mãe perguntou se já havia algum espaço aberto para esse trabalho, ela disse que não e que iria começar por mim. A minha mãe disse-lhe: – não sei quem é mais maluca se tu que dizes ter um chamado não sei do quê ou se a outra que está a morrer no quarto.
O seu nome é Sónia Pepic, abriu o primeiro Café Convívio no barlavento Algarvio, em Olhão e eu fui o primeiro fruto desse Café Convívio. Ajudou-me muito e foi uma pessoa muito importante na minha vida.
Como ainda não havia Café Convívio naquela zona, foi ela que me levou para o Centro do Desafio Jovem, no Lourel – Sintra, só para mulheres, fiz o programa todo.
Deus começou a transformação na minha vida, não posso deixar de mencionar a Rute Morais que foi uma pessoa maravilhosa, para não dizer extraordinária na minha vida durante todo o meu programa, ajudou-me muito em todas as fases.
Depois voltei para o Algarve acabei os estudos e era para ir para Medicina, mas Deus tocou no meu coração e fui para o MEIBAD Instituto Bíblico em Fanhões-Loures e fiz Teologia,  durante  três anos, tendo completado o curso, voltei ao Algarve.

Passado uns anos conheci o meu marido, eu estava cantando na igreja e o meu marido foi lá para me conhecer, entrou, sentou -se ao meu lado e desde aí continua a sentar-se ao meu lado na igreja onde frequentamos, a Assembleia de Deus.
Prego, faço vídeos nas minhas redes sociais, Facebook, Instagram, YouTube, anunciando a mensagem da Cruz, digo isto porque  muita gente  me segue e muitas vidas já foram transformadas através da Palavra de Jesus. Também escrevo no jornal da minha cidade sobre as coisas de Deus.
Deus faz coisas extraordinárias nas pessoas que se deixam transformar por Ele!
Desde já agradeço de coração ao Desafio Jovem, sem vocês não teria chegado até aqui, o meu muito obrigado.